MED vai criar doutoramento para professores do ensino especial
A ministra da Educação, Luísa Grilo, anunciou nesta sexta-feira, 26 de Novembro, a criação de um programa de doutoramento que vai formar especialistas na área de educação para maior inclusão de crianças e jovens com necessidades especiais.
De acordo com a ministra, que falava no encerramento conferência "Por uma escola inclusiva: intervenção ao nível da dislexia, da sobredotação e do autismo”, o projecto, em fase de desenvolvimento, conta com o apoio da UNESCO para dar resposta a necessidade de formação de especialistas em áreas estratégicas.
"Estamos a desenvolver com a UNESCO o programa doutoral em ciências, tecnologia e inovação, incluindo formação na área de educação especial voltada para a inclusão e atendimento educacional especializado”, referiu.
Luísa Grilo acredita que o plano de formação de quadros nas áreas de educação especial vai permitir a inclusão efectiva dos alunos especiais em escolas normais de ensino.
"Nesta perspectiva, os alunos com deficiência de espectro autista, altas debilidades e dislexia devem ser matriculados em escolas comuns, deixando o atendimento educativo especializado de estar restrito a algumas instituições de ensino”, disse.
Luísa Grilo garantiu que o sector que dirige vai trabalhar para implementar as recomendações saídas da conferência, com apoio de todos os actores sociais para o sucesso dos projectos que visam a inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais.
Durante a conferência, foram abordados por especialistas internacionais diferentes temas, nomeadamente "A dislexia na primeira infância: os desafios de avaliação no contexto angolano, "A sobredotação em crianças e jovens: identificar, potenciar e integrar” e "Autismo do diagnóstico, da intervenção e da mediação: o acompanhamento de crianças em contexto de escolarização e inclusão na sociedade angolana”.
A formação permitiu a troca de experiências entre especialistas, para o estabelecimento de uma parceria entre instituições nacionais, com o apoio de organizações brasileiras e portuguesas.
Para José Luís Gonçalves, director da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti, a conferência representou a materialização dos projectos traçados com a Primeira-Dama da República, Ana Dias Lourenço, para ajudar a identificar e potenciar as possibilidades de desenvolvimento da criança em Angola.
"Nós continuamos a trabalhar durante estes anos numa proposta formativa com a Faculdade de Serviço Social de Angola, que em breve prazo este processo estará terminado”, acrescentou.
A fonodióloga Eveline Gallinari, uma das prelectoras do evento, manifestou-se satisfeita com a iniciativa por juntar vários profissionais da saúde e da educação, para abordar questões ligadas ao ensino dos alunos com necessidades educativas especiais.
"O tema de dislexia tem sido cada vez mais presente na escola e este tipo de evento traz conhecimento para o professor. E, na verdade, a criança ganha, porque os professores estão mais atentos aos sinais, conseguem detectar um aluno com dificuldades, apresentar uma intervenção e encaminhar para o lugar certo. E a criança acaba ganhado com o diagnóstico e uma intervenção adequada”, assinalou.
O evento com o tema "Por uma escola inclusiva: intervenção ao nível da dislexia, da sobredotação e do autismo”, enquadrou- se no ciclo de conferências "Educar Para a Cidadania”, uma iniciativa da Primeira-Dama da República, com o apoio da Fundação Ngana Zenza, dos Órgãos Auxiliares do Presidente da República, do Instituto Superior de Serviços Sociais (ISSS) e da Escola Superior de Educação Paula Frassinetti.