África
28 Novembro de 2021 | 01h11

PARA UNIDADE DOS POVOS DO CONTINENTE

Prémio Africano de Literatura está a ser criado

O Presidente República Democrática do Congo, Félix Tchisekedi, anunciou a criação do Prémio Africano de Literatura e da inauguração da Casa da Cultura Africana e de Afro-Descendentes brevemente em Kinshasa, para a unidade dos povos do continente.

O anúncio foi feito na abertura da 2ª Edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz- Bienal de Luanda, realizado este sábado, 27 de Novembro, em Luanda.

Félix Tchisekedi, também Presidente em Exercício da União Africana, saudou a determinação de Angola na realização do evento, na data prevista, apesar da pandemia da COVID-19 que assola o mundo.

O Presidente congolês recordou o Primeiro Presidente de Angola, António Agostinho Neto, que numa das suas obras fala da necessidade de se olhar para África com os olhos no futuro.

"Agostinho Neto que cantou a liberdade do homem e fraternidade humana, o poeta da esperança sagrada, leva-nos a sentir que estamos reunidos aqui em Luanda”, disse.

O governante africano recordou ainda que desde o nascimento do pan-africanismo a solidariedade cultural foi o fundamento para as aspirações políticas e económicas do continente, razão pela qual apelou ao intercâmbio permanente com as mãos abertas ao mundo, particularmente para africanos que se encontram fora do continente. 

Na sua intervenção, Félix Tchisekedi destacou também que a União Africana tem na sua agenda 2063 a valorização da cultura de paz e o calar das armas até ao ano 2030.

Para o Presidente do Congo Brazzaville, Denis Sasso Nguesso, o património africano, rico e diversificado, constitui um trunfo fundamental para impulsionar ainda mais o desenvolvimento sustentável, a integração e a paz em África.

"A segunda Bienal reafirma o papel dedicado as artes e a cultura do património, enquanto catalisador do desenvolvimento sócio- económico e da integração do continente africano”, acrescentou.

Denis Sasso Nguesso disse ainda que a cultura continua a ser uma alavanca para unir laços multiformes, apoiar a inclusão social, a paz e a segurança.

Por sua vez, o presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou a paz urgente, por ser inerente à dignidade da pessoa humana.

"A paz é mais urgente hoje em plena pandemia e crise económica e social. A paz é de todos e para todos. Ou é global ou não. Não há paz de alguns, à margem da paz do outro”, defendeu.

Marcelo Rebelo de Sousa entende que a cultura da paz constrói-se todos os dias e é feita pelo património material e imaterial, como a liberdade, igualdade e solidariedade.

Os jovens foram encorajados a preservar a paz pelo Presidente português.

"África ou é jovem ou não é! E África é jovem! E África é futuro. São os jovens os principais construtores da paz”, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente de São Tomé e Príncipe, Carlos Vila Nova, disse que a África que se pretende-construir depende largamente da valorização e preservação da cultura africana material e imaterial, como os seus objectos, costumes, expressões artísticas e línguas.

Ainda na sessão de abertura da Bienal de Luanda, a Vice-Presidente da Costa Rica, Epsy Campbell Barr, falou da necessidade urgente da construção de uma ponte entre as comunidades africanas e a diáspora do continente.

Epsy Campbell Barr considerou importante a construção de uma base para a paz e a reconciliação, utilizando a cultura como instrumento de valorização das raízes africanas ancestrais.

A sessão de abertura da 2ª Edição do Fórum Pan-africano para a Cultura de Paz - Bienal de Luanda, teve também a participação de jovens africanos que mantiveram um diálogo com os Chefes de Estado e ministros sobre questões ligadas ao desenvolvimento, democracia, conflitos e eleições em África,  entre outros temas.